quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fósseis e Fossilização

     O que são fósseis? A palavra fóssil deriva do latino fossilis, que significa “desenterrado” ou “extraído da terra” e a ciência que se ocupa de estudar os fósseis é a Paleontologia. Portanto, fósseis são partes de seres vivos, seres vivos completos, ou vestígios de actividades biológicas (ovos, pegadas, excrementos, etc.) que viveram ou foram deixados em épocas diferentes da actual e que foram preservados nos sistemas naturais (em sedimentos, rochas, gelo, ou âmbar), isto é, que a sua preservação não tenha resultado da intervenção da actividade antrópica.
     Assim definiram-se dois tipos de fósseis:
  • Somatofóssies – que correspondem às partes de seres vivos ou aos seres vivos completos e incluem os dentes, ossos, conchas, troncos, etc.;
  • Icnofósseis – que correspondem aos vestígios de actividades biológicas e incluem as pegadas, rastos, tocas, ovos, excrementos, etc.
Fig. 1 – Cruzianas (icnofósseis de Trilobites) no vale do Rio Ponsul, em Penha Garcia (na bibliografia em (1)).

     Por conseguinte, o modo de preservação dos restos de seres vivos, seres vivos completos, ou vestígios de actividades biológicas, ou seja, o modo de “fabrico” dos fósseis, designa-se por fossilização. Então o que é a fossilização?


     Em suma, a fossilização é o conjunto de fenómenos físicos, químicos e biológicos que permitem a formação de fósseis. Esta necessita que haja ausência de erosão e dispersão secundária, portanto o que for fossilizado tem que ficar rapidamente isolado dos agentes erosivos; se for um ser vivo e este tiver esqueleto interno ou externo tem mais possibilidades de ser fossilizado; necessita que exista um regime de sedimentação importante e tem que se ter em conta a natureza dos sedimentos, isto é, quanto mais finos estes forem melhor se dá a fossilização; que esteja depositado num meio redutor ou anaeróbio; se o clima for frio é mais fácil que exista este processo, pois as temperaturas baixas inibem a acção das bactérias; e que o enterramento, de preferência, seja pouco profundo e que não chegue ao limite do metamorfismo.
     Finalmente, como processos de fossilização pode ter-se:
  • Mineralização – é o processo pelo qual a matéria orgânica é substituída por substâncias minerais existentes no meio (sílica, calcite, etc.). Podem ser fossilizadas as partes duras de animais (unhas, dentes ossos, conchas), de plantas (troncos) e os vestígios da sua actividade (excrementos, ovos).
  • Incarbonização – é o processo pelo qual a matéria orgânica é substituída por carbono. Podem ser fossilizadas partes duras de plantas e animais com esqueletos de natureza quitinosa.
  • Moldagem – é o processo pelo qual uma parte dura (concha, osso), antes de se desfazer, deixa gravada nos sedimentos uma marca, designada por molde.
  • Contramoldagem – é o processo pelo qual existe o enchimento do interior do molde.
  • Impressão – é o processo de moldagem que se dá nos vestígios de actividade biológica (folhas, ramos, penas, rastos, pegadas).
Fig. 2 – Impressão de folha (na bibliografia em (2)).

  • Mumificação ou Conservação – é o processo pelo qual se dá a preservação total do ser vivo, mantendo-se intactas as suas partes moles (pelo, pele, órgãos). É um processo raro e pode dar-se de várias formas: por crioconservação; desidratação; em âmbar.


Fig. 3 – Insectos em âmbar (na bibliografia em (3)).

Bibliografia:

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