sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Biostratigrafia e Tipos de Biozonas

    Numa secção estratigráfica o seu conteúdo pode ser dividido em unidades estratigráficas. Quando essa divisão é feita através da litologia definem-se as unidades litostratigráficas, mas quando a divisão é feita pelo conteúdo fossilífero definem-se unidades biostratigráficas.
    A Biostratigrafia é um ramo da Estratigrafia que estuda o conteúdo fossilífero e a sua organização nos estratos de uma secção estratigráfica, definindo as unidades biostratigráficas dessa secção.
     Os estudos biostratigráficos permitem fazer uma datação relativa dos estratos presentes nas unidades estratigráficas através dos fósseis neles presentes. Esses fósseis são denominados por fósseis característicos.
     Tendo em conta o critério de diagnóstico e o grupo fóssil, uma secção pode ser dividida em diferentes zonas. Essas zonas são denominadas por biozonas. Portanto, uma biozona é um estrato ou um conjunto de estratos que são caracterizados pelo seu conteúdo paleontológico.
      Para melhor caracterizar as secções estratigráficas existem varias biozonas, que são:
  • Zona de conjunto ou cenozona – Conjunto de camadas em que o seu conteúdo fossilífero ou certo tipo de fósseis, na sua totalidade, constitui um conjunto bem diferenciado das camadas adjacentes.
  • Zona de apogeu – Volume de camadas caracterizado pela abundância máxima de determinado taxon.
  • Zona de intervalo – Conjunto de estratos situados no intervalo de taxon diferentes.
  • Zona de extensão vertical ou acrozona – Volume de estratos que representa a extensão total de determinado fóssil. A biozona de extensão vertical diferencia-se em quatro tipos:
       - Zona de extensão vertical simples – Conjunto de estratos que representa a extensão total da ocorrência de um determinado taxon (espécie, género, família, etc.).
         - Zona de extensão vertical composta ou concomitante – Corresponde à parte coincidente das zonas de extensão dos taxon.
          - Zona de Oppel – O seu nome provém do biostratigrafo alemão Oppel e é uma zona em que os taxon estão seleccionados de modo a constituírem um bom critério geocronológico. O limite de desta zona coincide com o da seguinte, de maneira a existir uma divisão de tempo geológico.
          - Filozona ou zona filética – Volume de camadas que contêm taxon representativos de um segmento de uma linha evolutiva marcada acima e abaixo por mudanças nas suas características.

Fig. 1 -  Tipos de Biozonas. A – Biozona de conjunto ou cenozona. B – Zona de extensão vertical simples. C – Zona de extensão vertical composta ou concomitante. D – Filozona. E – Biozona de apogeu. F, G e H – Biozonas de intervalo.

Bibliografia:
  • Wikipédia. Página consultada a 8 de Outubro de 2010, <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioestratigrafia>.
  • Vera Torres, Juan (1994), “Biostratigrafia”, in Juan Vera Torres (org.), Estratigrafia – Princípios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda, 323-341.

Tabela Cronostratigráfica

      Não há nenhuma tabela cronostratigráfica que seja aceite na generalidade. Desde as primeiras tabelas publicadas por Holmes (1913) e Barrell (1917), em que foram adicionaram os valores da idade absoluta dos principais limites, foram sendo  publicadas ao longo do tempo mais tabelas e cada vez mais perfeitas, pois cada tabela não é mais que uma proposta de acerto das já existentes e está elaborada com todos os dados disponíveis até à data de publicação, podendo alguns dados conter erros.
     No fundo, uma tabela cronostratigráfica é uma escala de tempos relativos relacionada com as idades numéricas mais precisas naquele momento. Portanto, é na escala de tempo relativo que se identificam os intervalos tempo sucessivos e limitados pelo conteúdo fossilífero e se passa a conhecer a idade absoluta do início e do final desse intervalo. Logo, só os fósseis característicos ou bons fósseis de idade têm a capacidade de indicar a idade absoluta dos limites.
      No que diz respeito à estrutura, uma tabela cronostratigráfica divide-se em:
  • Eonotema/Eon – é a maior divisão da tabela e divide-se em Fanerozóico, Proterozóico, Arcaico e Hadaico. Estes terminam em –óico, pois estes intervalos são, normalmente, reconhecidos com base na vida animal;
  • Eratema/Era – a segunda maior divisão, divide-se em Cenozóico, Mesozóico,  Paleozóco. E são os limites relacionados com o desaparecimento de um determinado ser vivo;
  • Sistema/Período – é a unidade básica, o Mesozóico, por exemplo,  divide-se em Triásico, Jurássico e Cretácico;
  • Série/Época – é a divisão do Sistema cujo nome é retirado a partir de uma região natural (Jurássico, por ter sido estudade e definido pela primeira vez nos montes Jura, entre França e Suíça), ou a partir das características da época que representa (Carbónica, devido ao grande desnvolvimento de camadas de carvão);
  • Andar/Idade – é a divisão mais pequena da tabela e é designado pelo nome de uma localidade ou região geográfica acrescida do sufixo –iano onde, pela primeira, vez foi estudado e definido;
  • Fácies – conjunto de rochas com determinadas características que ajudam a conhecer onde e quando se formaram;
  • Ma – idade numérica em milhares de anos;
  • Orogénese – aparecimento de grandes cadeias montanhosas que ocorreram em determinado período;
  • Glaciação – barras que demonstram alturas da história da Terra em que existiu glaciação.

Fig. 1 – Tabela Cronostratigráfica.

      Bibliografia: